30.11.10

Os momentos perfeitos duram segundos

Eu e ela sentadas no sofá, lado a lado. Eu a comer bolachas com leite e ela a beber leite com chocolate. No sofá, onde não se come. Cheias de sono. Dou-lhe um beijinho no cabelo e apetece-me chorar. Cheira a bebé.

"Vamos para a cama, mamã?"

As pessoas não sabem, não.

"As pessoas dizem que passa, as pessoas não sabem nada. Dizem que esqueces, que vais ver, um dia vamos todos rir disto mas não vais rir, nem sequer vais querer lembrar o que aconteceu. As pessoas acham que sabem tudo só porque - dizem elas - já passaram por isso mas não passaram. Se tivessem passado, ficariam caladas e passariam, isso sim, a mão pelo teu cabelo afagando-o porque é só disto que precisas, de afago. As pessoas não sabem nada e as que sabem? não dizem que passa porque nada passa, tudo se transforma e nos transforma. As pessoas não sabem nada."

Em blog alheio.

Fui ler.

Estava tanta coisa.

Boas maneiras de espantar o mau-humor



Ir à florista.

29.11.10

Want!


Um dia vou fazer.

Aqui.

O submundo dos divorciados com filhos

Os divorciados com filhos situam-se entre dois mundos: o dos solteiros sem filhos e o dos casados com filhos. Não são um nem outro, ainda que já tenham sido ambos. Os solteiros sem filhos procuram naturalmente outros solteiros sem filhos, e os casados com filhos não precisam de mais ninguém: bastam-se. Os meus fds's com os filhos, são normalmente divididos entre coisas que faço com os miúdos e coisas que combino com os outros (incluindo-se em outros, todos os mundos e submundos). Reparo que, muitas vezes, parte de mim a iniciativa de combinar esses programas. Acontece pontualmente um amigo casado com filhos convidar-me para um programa de fds, mas é mesmo muito raro um amigo solteiro convidar-me, e aos filhos, para um programa, num tempo que se quer de descanso: é compreensível, as crianças são barulhentas. Acontece-me muito sentir-me sozinha nos fds's com filhos. Suponho que seja, em boa parte, esta adaptação lenta ao meu novo submundo. Mas é também este doloroso reconhecimento: o meu submundo é tão pequenino.

Nem só de couves vive a Bordallo Pinheiro




Adoro.

Acho que ainda não tinha dito este ano


Gosto muito do Natal.

Daqui.

28.11.10

FDS em casa II

Quando dou conta, estou prestes a esguichar o nasomet no nariz errado. Eu e a filha rimos perdidamente.

FDS em casa

A minha filha chora que quer ir para a rua. Eu aguentei-me.

26.11.10

Então, filho, como é que te magoaste?

"[...] , e então fui direitinho à quina da mesa!"

É a sina deste meu filho: ir direitinho às arestas afiadas da vida.
Mais uma ida ao hospital.

3º ao sol


E eu só pensava nas golas/capuz da Rita.

24.11.10

Que seja infinito enquanto dure

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética"

Adormeco com a luta difícil de largar o que já não é, e acordo com a mais terrível prova da impermanência: a morte de quem se gosta.

Tenho vindo a aprender a importância de aceitar a impermanência das coisas, como forma de ser mais feliz. É uma aprendizagem exigente para mim, que me agarro desesperadamente a tudo, em busca de conforto e segurança. É como se sempre tivesse vivido a alimentar as minhas raizes, e precisasse agora de aprender a viver sem nada que me segure.

19.11.10

Curtas

Estamos a sair da escola, e uma mãe conhecida deseja-nos um bom jantar no MAC. Eu respondo, a gozar, que isso é uma impossibilidade, e imediatamente ouço no banco de trás: "J., sabes o que é uma impossibilidade? É uma coisa de que gostamos muito!"

Não sabiam o seu lugar


Os sapatos eram apertados
Tão apertados
Que as pernas pararam,
Deixaram de funcionar
O corpo deixou de ser corpo.
O coração,
O cérebro,
As entranhas,
Caíram aos pés
E lá ficaram
Todos em revolta.
Andavam aos encontrões
Ensarilhavam-se uns nos outros
Não sabiam em que sítio se colocar
Não sabiam o seu lugar.

Daqui.

Gostar de malas


Ainda que troque de mala uma vez por mês.
(O tempo que agora já não há)

Daqui.

18.11.10

Aposto que era mais fácil com umas botas vermelhas



I would tell you about the things
They put me through
The pain I've been subjected to
But the Lord himself would blush
The countless feasts laid at my feet
Forbidden fruits for me to eat
But I think your pulse would start to rush

Now I'm not looking for absolution
Forgiveness for the things I do
But before you come to any conclusions
Try walking in my shoes
Try walking in my shoes

You'll stumble in my footsteps
Keep the same appointments I kept
If you try walking in my shoes
If you try walking in my shoes

Morality would frown upon
Decency look down upon
The scapegoat fate's made of me
But I promise now, my judge and jurors
My intentions couldn't have been purer
My case is easy to see

I'm not looking for a clearer conscience
Peace of mind after what I've been through
And before we talk of any repentance
Try walking in my shoes
Try walking in my shoes

You'll stumble in my footsteps
Keep the same appointments I kept
If you try walking in my shoes
If you try walking in my shoes
Try walking in my shoes

Now I'm not looking for absolution
Forgiveness for the things I do
But before you come to any conclusions
Try walking in my shoes
Try walking in my shoes

You'll stumble in my footsteps
Keep the same appointments I kept
If you try walking in my shoes

You'll stumble in my footsteps
Keep the same appointments I kept
If you try walking in my shoes
Try walking in my shoes
If you try walking in my shoes
Try walking in my shoes

Depeche Mode, Try walking in my shoes

17.11.10

"Ela está tão magrinha!"

Não, filha, não podes repetir novamente, porque depois vais-te deitar e ficas mal-disposta.

Carro

Entro no carro, ponho a trabalhar, e quando estou a sair do estacionamento, reparo que estão três homens a olhar insistentemente na minha direcção.
Pensamento imediato: "AI MEUS DEUS, será que o carro está com (mais) algum problema?"

Acredito que seja uma forma ligeira de paranóia.

16.11.10

Being our best selves

Being our best selves is about cultivating the courage to be vulnerable, authentic, and imperfect. Perfectionism, on the other hand, is the belief that if we live perfect, look perfect, and act perfect, we can minimize or avoid the pain of blame, judgment, and shame. It's that simple. Perfection is not about healthy striving or being our best, it's how we protect ourselves.

Brene Brown, The Gifts of Imperfection

É preciso fazer-se homem

As palavras não fazem o homem compreender,
é preciso fazer-se homem para entender as palavras.

Herberto Helder

Leituras


Gosto muito do blog da Laurinda Alves. Não só pelas fotos, que sempre me cativam, mas também pelos textos. Bem sei que não se avalia uma pessoa só pelo que ela escreve, mas imagino-a tranquila e optimista e ponderada. São qualidades que aprecio nas pessoas. Perturbam-me as pessoas que estão sempre zangadas, ou insatisfeitas, que reclamam do mundo o que ele não pode dar-lhes, e que não apreciam as pequenas coisas. Que exigem dos outros, em vez de esperar e agradecer.
(E às vezes sinto-me tanto assim)

O mundo não gira, mesmo, à nossa volta.

(Foto retirada do blog em causa)

Curtas

Estou a subir no elevador com os filhos e um vizinho. O vizinho comenta educadamente as caras de sono. Eu sustenho rapidamente a respiração. E a filha, confirmando os meus receios: "Pois é, estamos cheios de sono, mas antes de dormir ainda temos que tirar os piolhos."

15.11.10

Eu já disse que adoro quadros? E árvores? Já disse?


Daqui.

Vício sazonal


Iniciei mais um dos meus projectos (demasiado) ambiciosos.

Quando era pré-adolescente decidi fazer uma toalha em ponto cruz que nunca acabei, porque era enorme, e quando estava grávida da minha filha comecei a bordar uns lençóis que só o filho seguinte usou - pelo menos acabei-os.
Típico Xana: começar projectos que exigem demasiado e acabar por abandoná-los. Desta vez nem foi bem uma decisão, foi mais uma distracção: não prestei a devida atenção ao comprimento do cordão e em vez de uma manta, estou a tricotar uma senhora manta. Mas está a ser bom. Não arrisco afirmar desde já que a terminarei, mas estou francamente a apreciar esta actividade nocturna.

Até já a minha filha me pergunta: "Mãe, porque é que estás sempre a fazer isso?"
Olha, porque gosto.

12.11.10

Outono




Usar mitenes. Adoro sentir a mão aconchegada e os dedos livres.

Imagens e luvas daqui.

Incompreensões

Pois que morreu o sr. do Adeus. É claro que sei quem é, até lhe fiz adeus uma ou outra vez, entre o divertida e o um pouco perturbada com a situação (que triste deve ser passar dias a dizer adeus a estranhos). O senhor morreu e no facebook não se fala noutra coisa. É certo que o facebook não será propriamente o melhor revelador da importância das coisas, mas caramba, tanto post?

Não quero parecer insensível ou fria, lamento a morte do senhor, mas como lamento a de qualquer outra pessoa.
Mas porque é que esta particularidade excêntrica merece toda esta notoriedade?
Então e as pessoas que têm iniciativas bem mais nobres, que se dedicam aos outros, ao bem comum, ou as que, não sendo assim tão abnegadas, trabalham todos os dias, se levantam e se deitam, cuidam dos filhos, têm ocupações brilhantes ou profissões miseráveis, são felizes ou infelizes, dizem adeus ou não?

Parece-me descabido, pronto.

11.11.10

10.11.10

Ideias para prendas de Natal






Calendários. O difícil, mesmo, deve ser escolher.

Daqui.

Do medo

Sei que o medo nos prepara, nos protege e nos obriga a reagir, a estar atentos. Sei isso tudo. Mas o medo pode ser das coisas boas. Das coisas das quais não temos que nos proteger, defender, estar atentos. E o que fazer, então? Quando o medo surge nos momentos inoportunos em que não há necessidade de fuga e protecção? Quando nos encolhemos ao toque amigo e doce, quando pretendemos fugir dos abraços e dos beijos, quando nos assusta o que nos ampara e protege. Eu não sei vencer o medo que não entendo racionalmente, que não traz uma ameaça palpável a que se aponta o dedo, que acusamos, que podemos mostrar aos outros, "Vês, está aqui!". Suponho que o medo das coisas boas precisa de ser tratado como uma criança medrosa e confusa, a crescer: com paciência e calma e tolerância. E sabendo que um dia, só porque o tempo passou, tudo vai ser diferente.

Ideias para prendas de Natal II





Um dos presépios da Rita Matias. Adoro.

9.11.10

Outono


Usar cachecóis.

(Imagem daqui)

Outono

Gosto muito destes dias. As árvores molhadas da chuva miudinha da manhã, sol e frio quanto baste.
Ontem apanhei folhas do chão.

4.11.10

Concerto de Arcade Fire cancelado

E eu só consigo pensar no jeito que o dinheiro do bilhete me vai dar.

I wanna Fly ou Gostar de sapatos vermelhos


Ontem, 5 minutes antes de adormecer, abri uma revista, vi estes sapatos e apaixonei-me.

2.11.10

Gostar de presépios


Este ano não estou a sentir o entusiasmo que me costuma assaltar com a aproximação do Natal. Acho que é a noção de que este vai ser um Natal apertado e cheio de despesas que dispensava. Gosto de dar prendas e sei que vai ser complicado. Por outro lado, também devo passá-lo sem os miúdos, e não quero nem pensar.

Continuo, no entanto, apaixonada por presépios.

Gostar de flores


Compro-as para mim própria.

Fui passear






Ah, o Outono.

Curtas

Segunda de manhã, estou a fazer um bolo, chateada com a filha que fez uma mega fita ridícula, e ela chega de mansinho à cozinha: "Mamã, posso dizer-te duas coisas?" E eu que sim. E ela: "Primeiro queria pedir-te desculpa e segundo era para não te esqueceres de por fermento no bolo desta vez".

É a minha filha.

1.11.10

Once and again


Esta foi, em tempos, a minha série preferida. Agora revejo-a, por motivos que ultrapassam a simples melancolia. Não imaginei, da primeira vez, que viesse a identificar-me tanto.