30.9.09

Gostar de quadros em casas-de-banho


Gostar destes quadros na minha casa-de-banho.

Será que é este Inverno que compro umas destas?


Adoro luvas sem dedos.

(Aqui)

A vida continua fora deste blog

Fui visitar os meus pais e foi bom. Sinto-nos mais próximos. A fragilidade aproxima-nos das outras pessoas?

Estou mais ou menos sozinha por estes dias e divido-me entre o apreciar do meu espaço e o sentir-me meio perdida. É quase sempre assim. Tenho sentimentos contraditórias acerca de quase tudo. Gosto, mas. Não gosto, apesar de.

Vou de férias para Barcelona com o J. Sempre quis ir a Barcelona. O nervoso miudinho que sempre antecede as férias. Bom, bom.

22.9.09

Do meu jeito para as tarefas domésticas

Tinha um tapete laranja clarinho e dois brancos.
Agora tenho três tapetes laranja.

Jantar

Os dois a comer açorda, tecem comentários.
O J. que está muito bom, que gosta muito.
A I.:

"Sabes mamã, gosto mais quando as fatias de pão são maiores!"
(pausa, a mexer a açorda com o garfo)
"Gosto quando não está assim tudo tão pegado!"
(eu mastigo a açorda em silêncio, ela olha para mim)
"Mas assim também está delicioso!"

Esta miúda tem uma sensibilidade especial.

Matinal

Ouço-os no quarto, ao longe.

"J., hoje começa o Outono!!"
J.: "Onde é que está a neve???"

21.9.09

Gostar do Outono e de manualidades



Até a minha filha sabe que o Outono está a começar. Eu sinto-o nas manhãs e noites mais frescas, no dia que acaba mais depressa e, não tarda nada, vou também percebê-lo nas árvores.

Adoro as árvores no Outono, mais do que em qualquer outra estação.

(Aqui)

Post resumo

Fui de férias e namorei muito, voltei de férias e tinha as paredes da casa coloridas como sempre quis, fui buscar os filhos e estive com muitos amigos grandes e pequenos.

Às vezes quero que o tempo passe depressa e outras vezes quero que passe devagar. Às vezes não sei. Também não faz mal, não sou eu que decido.

Novas tecnologias ou Novas formas de comunicação

Troco sms's com a minha mãe.

10.9.09

Curtas

Diferença de idades entre irmãos, explicada pelo J., aos 3 anos: "Então, eu e a mana estavamos os dois na tua barriga, depois a mana saiu, e eu fiquei lá mais um bocadinho à espera, não foi, mãe?"

8.9.09

Boa tarde, estive aí há cerca de meia hora a comprar os vossos pastéis [de Belém] e considero que não fui bem atendida e por esse motivo resolvi ligar para apresentar uma reclamação.

E fez muito bem, devemos sempre fazê-lo se acharmos que é caso disso!

Pois o que aconteceu foi que paguei os pastéis e quando me dirigi ao vosso balcão para fazer o pedido, pousei o papel no balcão, reparei que me agarraram no papel para me atenderem, e entretanto distraí-me com os meus filhos. A verdade é que constatei que ninguém me entregava os pastéis, algumas pessoas foram sendo servidas e chamei a atenção para o facto. A empregada que me atendeu perguntou quem me tinha atendido e eu confessei-lhe que me tinha distraído com os miúdos e não me recordava quem tinha sido.

Sim.

E é nesse momento que a vossa empregada decide chamar-me a atenção para o facto de que eu deveria saber quem me tinha atendido, e que não podia ser, mas que me ia servir de qualquer maneira, num tom que verdadeiramente me desagradou. Na altura não deixei a coisa desenvolver até porque estava com os miúdos, mas achei que o tom foi totalmente desadequado, é certo que eu podia ter prestado mais atenção, mas o problema não foi eu não ter prestado atenção, foi não me terem servido os pastéis de nata. O que não teria sido um problema por si só, uma vez que a loja estava muito movimentada, o desagradável foi realmente o tom da empregada e a forma como me tratou.

Tem toda a razão, pode indicar-me a pessoa que a atendeu

Olhe, sinceramente não sei, e também não me interessa prejudicar a pessoa em causa, apenas considero que fui efectivamente mal tratada, ao ponto de ter chegado a casa e me ter prestado a procurar o vosso número de telefone apenas para apresentar a queixa.

E fez muito bem, tem toda a razão, vou imediatamente chamar a atenção das pessoas ao balcão.

Telefone desligado, senti-me livre da irritação que me tinha tomado desde o minuto que saí da loja, ainda a ouvir a dita empregada

Isto realmente, as pessoas têm que tomar atenção a quem as atende, agora eu é que tenho de

, não fossem os miúdos um de cada lado e tinha voltado imediatamente, pedido o livro de reclamações, chamado o gerente, qualquer coisa.
Que os pastéis de Belém são muito bons, mas que alguém me trate mal deliberadamente e sem razão, é coisa que dificilmente compreendo, especialmente se estou a pagar um serviço.

Ainda tentei acalmar-me durante a viagem para casa, tentar perceber se era esse realmente o motivo da minha irritação, se não estava a reagir com exagero, se não estava era chateada com outras coisas, mas o tom de voz da mulher não me saía da cabeça,

Se deixasse aqui a carteira e lha levassem como é que era minha senhora?? Pois, devia ter prestado atenção!

Irra.

Limpar a pele com água de rosas

dá direito a que o namorado se lembre da avó no momento em que a avó devia estar noutros pensamentos, e também dá direito a receber um leite de limpeza novo.

Aparentemente, a água de rosas não é sexy.

Este Agosto conheci finalmente a Paula

que me acompanha a vida pela internet há muitos anos (mais do que eu acompanho a dela, porque sou uma vergonha), e foi como estar com uma amiga de sempre.

Família linda. O comentário dela: és mais expansiva ao vivo.
Suponho que foi um elogio.

(És ainda mais gira ao vivo)

Aperto

"puta de merda

O miúdo largou a mão do pai e desatou a correr escada acima, a alegria a soltar-se dele e a chegar primeiro. A mãe já o esperava à porta e abraçou-o, gulosa, lançando um olhar triunfante a Pedro, que subia devagar, como se cada degrau o puxasse para o centro da terra. Olá, disseram-se friamente, mais ela do que ele, cujo tom era antes cansado, como que de capitulação ou, pelo menos, de resignação. Correu tudo bem, está entregue, disse-lhe, escondendo um tremor que lhe roubou de súbito a firmeza natural da voz. Está mesmo tudo bem, não te aleijaste?, perguntou a mãe ao miúdo, rodando-o sobre si próprio, apalpando-lhe os ombros, mexendo-lhe nos cabelos, fingindo ansiedade. Não mãe, estou bem, mas tinha saudades tuas, confirmou, abraçando-a com mais força. Ela olhou vitoriosa o ex-marido, Bem, adeus, então até daqui a quinze dias, o próximo fim-de-semana é meu. Pedro hesitou, uma angústia palpável instalou-se no átrio do prédio, um espaço feio e hostil, as paredes de marmorite a quererem comê-lo vivo, Se calhar podia ir buscá-lo uma vez por outra para almoçar, quando me pudesse safar do emprego; podias avisar lá no colégio, almoçávamos por perto... Não sei, responde a mãe, não foi isso que ficou combinado no Tribunal. Adeus pai!, interrompeu o miúdo, correndo para o quarto com pressa de retomar o Medal of Honor no nível em que o deixara dois dias antes. Adeus..., a voz de Pedro morreu-lhe na garganta, nem um beijo ou um abraço, vai ter uma semana de merda só porque lhe faltou o carinho do filho no momento da despedida. Inspirou fundo, a engolir o ódio que naquele momento sente pela ex-mulher. Então?, a voz saiu-lhe afiada em vez de mansa, como era a sua intenção. Não sei, veremos, tenho de falar primeiro com a psicóloga. Mentalmente, Pedro mandou a cabra da psicóloga, os cabrões do juiz e do curador de menores, e ainda a merda do T1 a quilómetros do colégio que lhe levava metade do ordenado e que não lhe permitira a guarda conjunta, para a puta que os pariu. Vê lá isso, era bom para mim e para ele, vemo-nos tão pouco... Pois para mim, chega e sobra, respondeu-lhe, altiva. Pedro embrulhou a raiva na garganta, para que não saísse e respondeu-lhe suavemente, Pois para ele, não, afinal, sou o pai. Ela atirou-lhe um olhar de desdém como se dissesse grande coisa, os gritos de guerra do filho já agarrado ao comando a morrerem ao fundo do corredor enquanto lhe fechava a porta na cara. Pedro virou costas e começou a descer as escadas, as lágrimas a saltarem-lhe por detrás dos óculos graduados, Ah Caralho, um homem não chora!, ordenou a si mesmo enquanto tirava os óculos embaciados, os limpava com a ponta da camisa e gritava baixinho, puta de merda. Saiu para a rua, o ar livre a regenerar-lhe a tristeza, enfiou-se no primeiro café que viu, tirou do bolso a pequena máquina digital comprada no Lidl, ligou-a e, por entre grossos goles de cerveja, reviu vezes sem conta as fotografias do jogo da bola naquela tarde nos jardins de Belém."


Se há coisas que não aceito é que não se pense nos filhos primeiro. No matter what.

Obras interrompidas, casa de pântanas

A filha entra no meu quarto, a cama desarredada da parede e
"Ó mãe, tu és um bocado maluquita, não és? Estás sempre a mudar a cama de sítio!"

Bailarico no parque de campismo

Apita o comboio, lá vai a apitar, apita o comboio

"Mamã, estas músicas são tão giras, não são?"
(I., 5 anos pimbas)

7.9.09

Se há coisa que me deixa fula

é perder coisas.

Três coisas: carregador da máquina velha, cabo de ligação do iPod ao PC e leitor de cartões.

Fula, fula, fula.

4.9.09

Love and Hate

– I have a relationship of love and hate with Claire.
– You love her and you hate her.
– No, I hate to love her.

U-Turn, Oliver Stone

3.9.09

Regresso

Foram tão boas, as férias. Sentir-me filha e mãe ao mesmo tempo. Dar e receber mimo. Beijinhos e carinho e toque e abraços todos os dias. Os risos dos filhos. As coisas simples: acordar sem pressas, esticar-me ao sol, comer sem cozinhar, adormecer tarde sem culpas. Estar junto das pessoas que amo e me amam.

E no fim não custar regressar. Ter a quem voltar.
A sensação de estar feliz a chegar aos bocadinhos.