28.4.11

Fui à feira do livro


A árvore vermelha, Shaun Tan

Quando os livros nos fazem sorrir e chorar ao mesmo tempo, não nos devemos separar deles.

Este ano faço lista

O ano passado deve ter sido excepção, e eu gosto de registar os meus desejos, ano após ano. Estou quase a fazer 34, e o que me ocorre é



Um par de sapatos novos (este deve repetir-se ano após ano)



Uma nespresso (outro repetente)



Um vestido (ou vários!)



Uma máquina fotográfica de bolso



Uma écharpe colorida



Um livro



Uma bicicleta (este garantidamente, está a estrear-se!)

Resumindo: nada que me faça muita falta. Devo ser uma sortuda!

As pessoas.

As pessoas olham para o futuro na perspectiva do que vai ser.
Por enquanto, eu olho para o futuro e só consigo perspectivar o que ele não vai ser.

27.4.11

Hábitos

O A. diz que enquanto ele escolhe entre pratos de carne, peixe ou massa, eu escolho entre espinafres, cogumelos e courgettes.

Quando estou sem filhos sou vegetariana.

24.4.11

Sol

Hoje o sol apareceu e eu andei durante uma hora e meia na praia, a ouvir o álbum Lungs de Florence and the Machine. Andei, andei, andei, a praia a abrir-se à minha frente, perfeita.

Acho que já disse que sou mais feliz a andar. Acredito que seja o movimento para a frente. A promessa que encerra.

Leituras



Depois disto vou querer um livro alegre, simples e optimista, ok?
(A gostar muito, no entanto)

23.4.11

As velas ardem até ao fim

"Cada um gera também aquilo que acontece consigo. Gera-o, invoca-o, não deixa de escapar àquilo que tem de acontecer. O homem é assim. Fá-lo, mesmo que saiba e sinta logo, desde o primeiro momento, que tudo o que faz é fatal. O homem e o seu destino seguram-se um ao outro, evocam-se e criam-se mutuamente. Não é verdade que o destino entra cego na nossa vida, não. O destino entra pela porta que nós mesmos abrimos, convidando-o a passar."
As velas ardem até ao fim, Sándor Márai

Gostei muito deste livro.

20.4.11

Ignorando a chuva de Abril






A colecção deste ano da Camper dá vontade de voltar aos rasos.

onde pousar as canções?

Expulsaram os pássaros da nossa rua.
Primeiro trouxeram máquinas escavadoras
e nuvens de pó,
depois chegaram carros bem vestidos
de onde saíam homens com papéis
e mãos vazias.
De uma ponta à outra da rua
serraram as árvores
que nos indicavam as sucessivas estações
dos nossos dias.
Como reconheceremos agora o outono?
Como saberemos da chegada dos sinais
se já nem os pássaros têm ramos
onde pousar as canções?

Dos sinais, Carlos Lopes Pires

A sensible heart



I get so distracted
By some peoples reactions
That I don't see my own faults
For what they are
For what they are

At times so self destructive
With no intent or motive
But behind this emotion,
There lies a sensible heart
A sensible heart

See I'm no king
I wear no crown
But desperate times
Seem over now
But still I weaken somehow
It tears me apart
It tears me apart

I hope to learn as time goes by
That I should trust what's deep inside
Burning bright, oh burning bright
My sensible heart
My sensible heart
My sensible heart
My sensible heart

19.4.11

Desapontamento

Ultrapassarmos o desapontamento com as pessoas, pode ser um sinal de maturidade: deixámos de esperar delas aquilo que não nos podem dar. Pode, por outro lado, ser um sinal de desistência: deixámos de esperar seja o que for.

18.4.11

caminho descalço sobre a página

O fogo, a cidade

às vezes
sobre as palavras pesa um dia luminoso, a clara
imprecisão do gesto
o corpo inclina-se para a água
do poema

a roupa estas mãos o torpor da casa
quando o silêncio a morna demorosa voz
se desfazem no ritmo entontecido
do mundo

caminho descalço sobre a página
olho uma outra vez
voltando-me para trás
o fogo, a cidade

Miguel Manso

17.4.11

Sexta

Eu e filho rapaz acabamos os nossos gelados, enquanto a filha vai lavar as mãos pela segunda vez, apesar de afirmar tê-las lavado da primeira.
Ameaço um "E não me voltes a mentir, sff!" enquanto ela resmunga de volta à casa-de-banho, e o filho diz, entre uma lambidela e outra:

"Eu bem vi que ela tinha ido com um ar de engraçadinha!"

Valha-me o apoio moral.

Primeiro mergulho do ano







Primeiro fds a seis.

Pragmatismo e criatividade q.b.

Cansado de procurar a 7ª diferença, o meu filho desenhou-a.

15.4.11

Gostar de ler


Daqui.

That's why.

Quero ler.


Mais, aqui.

Rituais.

"Desde que nasceram que temos um ritual nas viagens de carro: eu estendo a mão para o banco de trás e eles agarram-me a mão, à vez, às vezes rindo outras nada dizendo. Eles sabem. Quero aquelas mãos nas minhas, pelas tantas viagens que vamos fazer pela vida fora. Aquelas mãos nas minhas são a vida. Ser Pai faz de mim uma pessoa melhor, a cada dia. "
Daqui.


Tal e qual.

11.4.11

Tum tum. Tum tum. Tum tum.

A saudade é um bicho estranho, que faz chorar e rir ao mesmo tempo ou Vou ver os meus filhos quando sair do trabalho e não os vejo desde sexta.

8.4.11

Tantas coisas


A mesa antiga. O banco. A janela enorme e a luz a entrar. As portadas de madeira antigas. O chão. Os dois candeeiros tão diferentes. A mistura de estilos. As portas de correr.
Tantas coisas giras numa foto só.

Daqui.

Estações do ano

A imagem de fundo do meu telemóvel, para a qual olho tantas vezes, acompanha o mudar das estações. Já tivemos a versão folhas de Outono do jardim da Estrela, as árvores despidas pelo Inverno de Linda-a-Velha, e inaugurei a primavera com as árvores floridas de Queijas.

Atchim!

Ah, o calor!




Daqui.

Este fds vou fazer rotação de roupas.

7.4.11

Bem sei

Bem sei que a crise e o FMI e as contas e tudo.
Mas, ai, o que eu esperei por estes dias LINDOS de sol!

Filha macaquinha

O que fazer a uma criança que raspa a parte da frente e de cima dos sapatos no primeiro dia de uso, e vai afincadamente retirando novas camadas de sapato a cada dia que passa?

À criança dá-se muitos beijinhos por ela brincar com tanta alegria.
Os sapatos levam regularmente uma boa camada de graxa, para salvar as aparências.

5.4.11

Headphones on. Worl off.



Lili, take another walk out of your fake world
please put all the drugs out of your hand
you'll see that you can breathe with no back up
so much stuff you’ve got to understand
for every step in any walk
any town of any thought
I'll be your guide
for every street of any scene
any place you've never been
I'll be your guide
Lili, you know there's still a place for people like us
the same blood runs in every hand
you see it’s not the wings that make the angel
just have to move the bat out of your head
for every step in any walk
any town of any thought
I'll be your guide
for every street of any scene
any place you've never been
I'll be your guide
Lili, easy as a kiss we'll find an answer
put all your fears back in the shade
don't become a ghost with no colour
‘cause you're the best paint life ever made

Imagino

Quando era miúda passava o tempo a viver nos livros que lia.
Penso que me vem daí uma certa desilusão persistente com o mundo real e palpável.

Ultimamente, dei por mim a desejar que as personagens das minhas séries preferidas fossem reais.
Imagino que seja um mau sinal, quando as pessoas com quem me identifico facilmente não existem e por vezes tenho tanta dificuldade em empatizar com as de carne e osso à minha volta.

Peguemos, por exemplo, na season actual do Brothers and Sisters.
É tão fácil identificar-me com os medos da Sarah, as tentativas de fazer com que fique tudo bem da Nora, a impaciência do Kevin, o desamparo da Kitty, e os esforços do Justin para avançar.

Acho que a questão é que as pessoas reais tendem a esconder as suas fraquezas e algumas ainda alardeiam as suas conquistas. Não há ali ninguém a filmar-lhes todos os momentos. Deve ser isso.

Estar vivo

Estar vivo
é abrir uma gaveta
na cozinha,
tirar uma faca de cabo preto,
descascar uma laranja.
Viver é outra coisa:
deixas a gaveta fechada
e arrancas tudo
com unhas e dentes,
o sabor amargo da casca,
de tão doce,
não o esqueces.

Luís Filipe Parrado, Resumo - a poesia em 2010

Gostar do Alentejo








e de passear.

4.4.11

Olha a mala perfeita!


Daqui.

Maternidade

Desafio #238 da minha maternidade: ensinar o filho a andar de patins.

Eu não sei andar de patins.

2.4.11

O catano.

Dois meninos de 5 anos, à conversa, na minha cozinha:

Menino 1: "(...) e é o catano!"
(pausa)
Menino 2: "Sabes quem é o catano?"
Menino 1: "Não!"

1.4.11

Tempo

Na sexta-feira em que vou buscar os miúdos, o meu tempo mede-se ao contrário.

Estão a ver aquele tipo giro, o Christian Bale?


Agora olhem outra vez!


Ontem vi o The fighter e espantei-me com a capacidade de transformação e encarnar da personagem deste actor (Bem sei que já o tinha feito no O maquinista, mas esse ainda não vi).