28.12.10

Amizades

Podemos olhar para os Amigos como as pessoas a quem damos o privilégio de estar nas nossas vidas, que aceitamos acolher e receber com Amizade.
Mas eu prefiro olhar para os meus Amigos como as pessoas que ME dão o privilégio de estar na minha vida, de querer fazer parte. E agradeco.

(De)Crescer


Quando um bebé nasce, é imediatamente pesado, mas só é medido algum tempo depois. O corpo precisa de se espreguiçar dos 9 meses de protecção materna, até alcançar o comprimento real.
Às vezes, é assim que me sinto: estive tanto tempo dobrada sobre mim própria, que agora preciso de recuperar o meu tamanho habitual. Encolhi, estou mais pequena.

27.12.10

Natal - o dia a seguir


Nunca conseguiria ter um pássaro fechado numa gaiola, mas uma assim, a fingir, sim. Tão bonita.
(Daqui)

O Natal passou e é tudo o que vou dizer. Os filhos estão quase a chegar, e o meu coração volta ao tamanho normal, devagarinho, como se também ele se desembrulhasse e livrasse do embrulho e fitas natalícias que o apertaram por estes dias.

23.12.10

To walk around myself

When you're criticizing others
And are finding here and there
A fault or two to speak of
Or a weakness you can't bear.
When you're blaming someone's weakness
Or accusing some of self…
It's time that you went out
To walk around yourself.
There are lots of human failures
In the average of us all.
And lots of grave shortcomings
In the short ones and the tall.
But when we think of evils
Men should lay upon the shelves,
It's time we all went out
To take a walk around ourselves.
We need so often in this life
This balancing of scales.
This seeing how much in us wins
And how much in us fails.
But before you judge another
Just to lay him on the shelf
It would be a splendid plan
To take a walk around yourself.

Feliz Natal!



Todos os anos ouço a mesma conversa do materialismo do Natal, e do dinheiro gasto e do desperdício, e todo os anos fico feliz por não sentir nada disso no MEU Natal.

(Presentes feitos por mim, para a família e amigos)

21.12.10

Da lista de Natal


Para levar o almoço para o trabalho. Daqui.

Pois.

"When one door of happiness closes, another opens; but often we look so long at the closed door that we do not see the one which has opened for us."

Helen Keller

Da lista de Natal


Ofereci e gostei. Da moleskine.

20.12.10

Às vezes vejo as pessoas a sorrir, na rua,

e penso: será que está a sorrir, mesmo? Talvez por dentro grite e chore e contorça os dedos, e se dobre sobre si próprio como quem se abraça e se agride e se protege e se despenteia e se agita. Talvez sorria, e por dentro o sorriso seja lágrimas e angústia. Às vezes olho nos olhos, a tentar ver lá dentro, e não consigo.

Eu não confio nos sorrisos dos outros. Eu sei que podem ser farsas.

Dá para saltar o Natal, este ano?

17.12.10

Uma música pode abraçar-nos e ao mesmo tempo fazer-nos chorar



Waking up and the bed was made
No one looked me in the eye
More I try, More I cry
And it’s all for the best

Watched my brother cutting grass outside
Sitting on the porch he told me
It’s a long way to go before we can rest
But it’s all for the best

solo

You’re so beautiful it sings
On a lonely lazy morning
And when I see you rocking back and forth
Whispering that it’s all for the best

One day the stone will roll away
Soon you’ll see
you’re far away from home but never far away from me
And that’s all for the best

solo
(…and say you love me)

Promise me, son, not to do the things I’ve done
Walk away from trouble
(at the end of the day)

Say you love me
say you love me

Let’s just say you love me
Oooooohh

Aquilo que se deseja

O celibato é «involuntário». Quase toda a gente prefere alguém a ninguém. Mas também é «voluntário». Quase toda a gente teria alguém se quisesse. Um celibatário vive de acordo com aquilo que escolhe, mas não com aquilo que deseja.

Pedro Mexia

Listas de coisas para fazer

Mantenho, de forma mais ou menos desorganizada, uma lista de coisas giras - na sua maior parte, manualidades - que quero ou gostava de fazer.
A coisa passa-se assim: eu dou de caras com a coisa, fico ligeiramente histérica, e depois decido que vou fazer. A seguir envio um mail para mim própria com a informação e atribuo-lhe uma label especial no gmail.
Os mails vão-se acumulando, e muitas vezes descubro lá coisas que já nem me lembrava que existiam. Concretizei poucos daqueles projectos, muito por falta de tempo.

Não me preocupa, no entanto, essa falta de tempo: preocupante deve ser deixar de ter projectos por realizar.

17 Dezembro

Estão 3º e o frio é tanto que o meu lábio rebentou em protesto.
Hoje deixei os filhos na escola e sei que que só os volto a ter comigo depois do Natal. D-E-P-O-I-S.
Este ano não consigo gostar do Natal da mesma maneira. Não consigo.

16.12.10

Da lista de Natal


Não é tarde para ter umas galochas, pois não? Assim, neste tom fluorescente e tudo.

(Estas são da Lacoste)

Decisões

Bem sei que é difícil fazer e fácil decidir. Mas decidir já é qualquer coisa: uma intenção de fazer. E eu decidi recentemente que não ia voltar a sentir-me triste por me sentir excluída, posta de parte, esquecida, à margem, fora do circuito. A pessoa não decide quem gosta de nós, verdade? Decide, e mesmo assim pouco, que é uma coisa visceral, de quem gosta e como gosta. E o gostar não deve exigir nada de volta, certo?
É agradecer o que se recebe, o que se tem, e gastar poucas energias com o que não se tem, com o que se gostava de ter.

E é uma sensação de leveza inexplicável. Não vale mesmo a pena andarmos sempre zangados e a reclamar com o mundo.

Acontece-me, às vezes,

ter conversas simples, e no entanto reconfortantes, com estranhos. Ou a rapariga da loja das flores que também tem filhos, ou a rapariga da loja de artesanato que tirou o curso de costura que eu vou tirar, ou o senhor do café que é da Madeira e vai lá no Natal, ou a rapariga que faz natação comigo. E são bocados pequenos de conversas em que sinto uma empatia grande com a outra pessoa e um consolo inexplicável nesse sentimento. Frequentemente apetece-me abraçar essas pessoas, agradecer-lhes por me terem feito sentir aquela proximidade, aquele carinho nas palavras e no tempo que reservaram para falar comigo, mesmo não me conhecendo de lado nenhum, com um sorriso nos lábios.
Até me apetece levá-los para casa, juro. Assim, debaixo do braço, como um livro de que se gosta.

Sou tão patetinha.

Da lista de Natal


Todos os dias guardo o pão no saco de plástico e penso que assim que fizer o meu curso de costura, faço um saco de pão lá para casa.
Estes vi-os no blog da Rosa. Tão lindos!

15.12.10

Inimigos de mãos dadas

Como voltar feliz ao meu trabalho
se a noite não me deu nenhum sossego?
A noite, o dia, cartas dum baralho
sempre trocadas neste jogo cego.
Eles dois, inimigos de mãos dadas,
me torturam, envolvem no seu cerco
de fadiga, de dúbias madrugadas:
e tu, quanto mais sofro mais te perco.
Digo ao dia que brilhas para ele,
que desfazes as nuvens do seu rosto;
digo à noite sem estrelas que és o mel
na sua pele escura: o oiro, o gosto.
Mas dia a dia alonga-se a jornada
e cada noite a noite é mais fechada.

Casimiro de Brito, trad. Carlos de Oliveira)


(A noite tem-me deixado dormir)

Da lista de Natal


Um conjunto de canecas. Tenho uma de cada nação e nenhuma delas particularmente bonita.
Estas são do Ikea.

Medos

E quando temos um medo pavoroso e horrível, que vivemos a tranquilizar e desdramatizar, e o vemos escrito numa folha de papel com o nosso nome?

14.12.10

Às vezes

A veces ella y yo
vamos juntos al mar
para vernos vivir en el agua.
A veces ella y yo peregrinamos
por la arena
y agradecemos sin palabras
el aire que nos respira
en cada instante.
A veces ella y yo
permanecemos largo rato
frente a las olas,
dando las gracias
a la luz con los ojos cerrados.




Tão bonito.
Daqui.

13.12.10

Filha

"Sabes, a avó Nata faz uns ovos mexidos tão bons!"
(Pausa)
"Ah! E a avó Alice também!"
(Pausa)
"Ah, e tu também!"

É mesmo assim, a minha filha. Sempre preocupada em não magoar.

Curtas

Mãe a pintar presépios, filho impaciente: "Mãe, já acabaste de pintar o Zé?"

10.12.10

Gostar de árvores de Natal


Daqui.

Da lista de desejos


Cada vez gosto mais da ideia de andar sempre com uma máquina fotográfica no bolso. Hoje tirei fotos a uma montra com o telemóvel. Ficaram péssimas, claro.

9.12.10

Tradução simultânea

"Mãe, não querem vir cá este fds? É o último antes do Natal, com os miúdos!"

Tradução: "Mãe, não querem vir cá este fds? Preciso de vocês."

E somos o vento

Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo. Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto.

Antídoto, José Luís Peixoto

Frame every so-called disaster with these words: "In five years, will this matter?"

(Regina Brett)

Pois. De facto não. Respira.

Presépio 2010


Tenho um fascínio por presépios. Este comprei-o na feira da Estrela, a um rapaz que já conhecia do ano passado e que me faz sempre rir pela simplicidade e pela desorganização.

Fotografia do meu amor pequenino, vulgo filho.

7.12.10

Da lista de Natal


Nem só de coisas giras e fixes vive a minha lista de Natal. Este ano, o que pedi à minha mãe (euzinha), foram duas panelas novas. Compradas ontem no Jumbo. Mas escolhi as mais giras, claro.

6.12.10

Estava aqui a lembrar-me


que este ano ainda não iniciei a lista de Natal, o que seria um lamentável buraco no historial que mantenho, de desejos mais ou menos razoáveis de Natal.

Este é uma espécie de 2 em 1. O que eu gostava era de ter um eBook reader carregadinho de livros em português. Trata-se, portanto, de uma prenda de Natal e de um milagre de Natal.

Tu podes ser tu.

‎"Compreender alguém é transmitir-lhe: tu podes ser tu diante de mim. Não precisas de ser outra pessoa para te defenderes de mim."

Não é o medo de ser rejeitado. É o desalento de não ser compreendido. A terrível solidão que fica quando percebemos, nos olhos e nas palavras, que a outra pessoa não quer ou não pode compreender.

2.12.10

Sem título

Às vezes são as coisas pequenas que me aquecem. A rapariga que vem pedir o dinheiro do guarda-nocturno e me diz que a árvore de Natal está bonita. A rapariga da florista com quem falo sobre as plantas e o filho doente no carro. O final da minha série preferida em que todos se emocionam.

Curtas

Mãe: o adulto que come os restos do jantar das crianças.