10.11.10

Do medo

Sei que o medo nos prepara, nos protege e nos obriga a reagir, a estar atentos. Sei isso tudo. Mas o medo pode ser das coisas boas. Das coisas das quais não temos que nos proteger, defender, estar atentos. E o que fazer, então? Quando o medo surge nos momentos inoportunos em que não há necessidade de fuga e protecção? Quando nos encolhemos ao toque amigo e doce, quando pretendemos fugir dos abraços e dos beijos, quando nos assusta o que nos ampara e protege. Eu não sei vencer o medo que não entendo racionalmente, que não traz uma ameaça palpável a que se aponta o dedo, que acusamos, que podemos mostrar aos outros, "Vês, está aqui!". Suponho que o medo das coisas boas precisa de ser tratado como uma criança medrosa e confusa, a crescer: com paciência e calma e tolerância. E sabendo que um dia, só porque o tempo passou, tudo vai ser diferente.

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