Feriados

Dois feriados a meio de uma semana é um fim-de-semana. E os fins-de-semana têm tanto de cansativo como de bom, mesmo com um filho só. Custa-me repetir até à exaustão recomendações e reprimendas. É isto que me custa mais. Detesto esta faceta da maternidade. Talvez seja também disto que trata educar, mas reconheço-me com pouca paciência para o Senta-te direito na cadeira, Não andes em cima dos sofás, Come em cima da mesa, Limpa a boca, Come, Come, Come, Vai fazer chichi, Vai lavar os dentes, Tens que ir tomar banho, Deita-te imediatamente, Não mexas nisso, Não faças isso, Não mexas aí, Larga isso, Não, não podes comer mais doces, Olha que ficas de castigo, etc, etc, etc. E como o etc se prolonga, na repetição e na variedade, um sem número de ralhetes que têm que me sair da boca todo o dia. É exasperante, cansativo e faz rugas. Às vezes acho simplesmente que não nasci para ser mãe. Depois chegam os outros momentos, os do mimo, do abraço, de os sentir a crescer agarrados às minhas pernas e sinto-me um pouco recompensada de tudo.

Mas parece-me muitas vezes francamente desiquilibrada esta balança.
As mães têm que ser pessoas chatas? É assim que eu me sinto.