27.10.10

A crise e o vegetarianismo

Eu não sei se é a repetição exaustiva do tema crise, se o orçamento de estado ou a sua "inexistência", se o IRS, se o IVA, se o meu carro que insiste em avariar todas as peças que o fazem trabalhar, mas ultimamente, por vezes, é um medo. É a casa para pagar, os infantários e o carro e tudo e tudo, e eu sei que há a mãe e o pai e o irmão e o outro irmão, e o namorado, a amiga e o tio, mas no fim do mês sou eu que tenho que pagar tudo, sozinha, e é um medo.

E depois é o senhor na tasca, na Régua, a almoçar o seu pedaço enorme de carne e o arroz com feijão (já repararam como as doses de comida aumentam, à medida que se sobe na bússula, para Norte?), e a rapariga na televisão a aconselhar a preferência pelos vegetais, a que se reduzam as doses de carne e peixe, mais caras, menos saudáveis, e o homem, entre uma dentada na costoleta e outra
"Qualquer dia temos que ser todos vegetarianos, querem ver?!"
e penso que, se isto ainda dá para me rir só de me lembrar, então não está tudo perdido.

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