26.3.10

O meu filho tem medo

"Mamã, eu não quero morrer..."
E eu de boca aberta, as palavras a faltarem-me. Depois, a olhar a noite pela janela, a casa silenciosa, lembrei-me de como eu própria tinha um pavor imensa da morte, quando miúda. Não me consigo esquecer das sestas da tarde, a minha mãe a cantar para adormecer o meu irmão mais novo Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora, e um medo imenso a assombrar-me. Não sei de onde vinha. E ainda não se foi embora.

3 comments:

  1. eu também tinha (e tenho) um medo de morte da morte :)
    associo este medo à ausência total de educação espiritual (e religiosa). fruto dos tempos e das convições dos meus pais, sempre soube que seria comidinha por minhocas e afins no momento final.
    conclusão: os meus filhos são baptizados (apesar de a mãe não o ser e de os pais viverem em pecado:)), irão para a catequese aos cinco anos, para os escoteiros católicos e participarão em todas as actividades que lhes transmitam que a alma é imortal (o que eu não acredito, mas que estou plenamente convencida que dá muito jeito para se ter uma vida tranquila. hipocrisia?).

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  2. Temos medo da morte porque gostamos muito da vida, Xana. ;)

    (e discordo completamente do anónimo de cima, mas não me apetece fazer um testamento e, assim como assim, acho que cada pai e mãe é que têm que encontrar as respostas para os seus filhos; cá em casa, habitualmente, a verdade resulta).

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  3. tb não vou testamentar nada, só tranquilizar o anónimo sobre a possibilidade real de haver adultos em cuja infância não transmitiram que a alma é imortal e, ainda assim, sem traumas e com vidas muito tranquilas...
    e as atitudes extremadas não costumam resolver grande coisa. acho eu!

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