18.6.09




Às vezes ponho tudo em causa. A forma como lidamos com eles, os educamos.
Às vezes acho que como os meus pais faziam é que era.

Pais autoritários, que não explicavam, não perguntavam, não ouviam, não esperavam opinião. Pais que olhavam para nós como filhos, crianças que precisavam de um adulto autoritário e imperturbável na sua inquestionável maturidade e supremacia etária.

Não mais

Mas não percebes que

não mais

Mas eu fico tão triste quando

nunca mais

Então e se fizéssemos assim

cansada, cansada

A mamã não gosta quando fazes isso

cansada, exausta

Vamos combinar uma coisa

sem disponibilidade mental para

Vá, senta-te lá direitinho
Não fales com a boca cheia, querida
Não corram, por favor, que ainda se magoam


não mais ser amiga, compreensiva, tolerante
não ter que explicar todas as decisões amavelmente
não ter que pensar a cada passo se é o melhor para eles, coitadinhos

Senta-te direito na cadeira imediatamente

decidir, não negociar

Agora vamos para casa e sem discussões nem conversas

pensar mais em mim e na minha tranquilidade

Para a cama que são horas

esperar pela maturidade deles para os deixar decidir

Não, eu sou a mãe e eu é que mando

não ter que os fazer compreender as minhas decisões

Vamos fazer isto porque eu estou a dizer e acabou a conversa

não me sentir péssima quando grito, quando me imponho, quando não cedo, não negoceio, não quero saber, só quero que durmam para me sentar um bocadinho sossegada, fumar um cigarro à janela, não ouvir gritos nem correrias, não contar histórias porque me dói a cabeça, não conversar porque não me apetece.

8 comments:

  1. eu sinto-me péssima quando grito e sei que grito muitas vezes um bocado fora do controlo. e a seguir sinto-me estúpida porque peço muitas vezes à I que se controle...

    mas não sinto culpas, nem me arrependo, de tantas e tantas vezes não negocear, não ceder, de castigar porque simplesmente chega.

    sim, acho que temos de ser autoritários em vários aspectos. nem tudo tem de ser (completamente) explicado.

    e já lhes tenho de dito (ou atirado à cara, se preferires) que devem lembrar-se mais vezes da quantidade de mimos e brincadeiras e prendas e histórias e passeios e tudo e tudo que o pai e a mãe dão, quando nos dizem que estamos a ser injustos ou que "nunca" deixamos nada - vai resultando, sabes...

    sobretudo a mais velha (mas a pequena tb vai entendendo) parece que cai em si quando é confrontada com a injustiça daquilo que está a dizer-me da boca para fora.

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  2. quando me sentir mal venho ler o comentário da pal :)

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  3. Vou já avisando que se o comentário da Pal me rouba o protagonismo, apago-o e mais nada, ora essa :p

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  4. eu concordo com a Pal. ser pai e mãe é mandar e não é necessariamente negociar. de uma forma geral, eles são os pais e nós os filhos. os meus pais brincavam comigo mas nem se questionava a autoridade deles. Não me pediam por favor para me portar bem, havia de ser giro... eu tento ser mais ou menos dessa forma.

    os pais mandam e acabou-se, não é suposto sermos os melhores amigos dos nossos filhos (no sentido de negociações e confidências). somos os pais e amamo-los incondicionalmente e mandamos neles porque sim, porque somos pais.

    acho que hoje em dia se dá condescendência a mais, confundindo-la com amor. o amor exige, sem culpas. é assim que se cresce.

    (eu tb questiono tudo quase sempre, mas passa-me depressa, lol.)

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  5. Eu também voto na Pal!
    Agora a sério Xana - o que tu sentes, nós também sentimos. Eu então, amiga, sou tantas vezes um ogre que até faz impressão. Mas os meus filhos são educados e felizes e não vão ser uns adultos mimados e insuportáveis. Os teus também, de certeza.

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  6. TB concordo e [tento fazer] como a Pal, a Ana Rute e a Rita. Sou amiga, mas tb sou mãe e por isso cá em casa quem manda sou eu (e o pai, claro). Nem sempre resulta, mas a minha linha condutora é essa. E tb me questiono, mas depois passa. Uma coisa sei que não quero: fazer do meu filho um adulto mimado e insuportável.

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  7. Mais uma na mesma onda! Tb me sinto mal claro, mas sinto-me mal de gritar/ralhar qd nao tenho razao (as vezes a contece qd o paciencia ja esta por um fio) e sei que fui injusta. Mas qd tenho razao nao me sinto nem um pouco culpada só lhes faz bem! A cada dia que passa confirmo o que já pensava antes, eles não precisam de amigas/os precisam de mãe e pai, somos os adultos e eles as crianças. Digo-o mtas vezes à Di "fazes porque sou a mãe e estou a mandar" ou "o pai e a mãe é que mandam cá em casa". Parece horrivel eu sei mas com ela muita argumentação e explicação (tb tento mtas vezes) só leva a mais mau comportamento (qd nos nota hesitantes nas argumentações) e ao cansaço de que falas. Ralha sem culpas! Dás-lhes mimo e colo e outras coisas boas nas alturas certas e rahetes qd tem de ser e isso é que é ser mãe, BOA mãe! É o que eu acho pelo menos ;)

    (podia ter dito somente que concordava com a pal mas não consegui...lol)

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